27.3.07

Cidade de Deus
[ou momento tiete por causa da tv]
[ou ainda Dezinho é o caralho, meu nome é Zé Pequeno]
Não é preciso falar mais nada sobre esse filme sobre o qual já se falou tudo, a não ser que cada vez que a gente assiste dá um aperto no peito e a gente olha pela janela e vê quantos Zé Pequeno (qual o plural de Zé Pequeno? Zés Pequenos? Zé Pequenos?)andam aos montes por aí.
Várias vezes por ano eu queria ser Fernando Meirelles.
A Rainha
[ou desculpem o atraso, voltamos à nossa programação anormal]
Vamos fazer assim: a Helen Mirren está ótima e aqui e ali faz a gente pensar que Elizabeth não existe e, sim, existe uma Helen Mirren no trono real-real. Tá certo, o Michael Sheen faz um Tony Blair interessante, apesar de aqui e ali achar ele parecido com o Mr. Bean, talvez pelo formato do nariz, e pela insistência em mostrá-lo no aconchego do seu/dele lar vestindo camisa de time de futebol e com a mulher cozinhando; uma espécie de Lula que não fala “menas” e com oportunismo digno de Romário na pequena área das relações com o povo. Tá certo, o roteiro é bacaninha, apesar de parecer às vezes que a gente está assistindo a uma série produzida pela BBC. Mas o nome do filme deveria ser A Princesa, porque o que impressiona mesmo é a força do carisma da Diana, e nenhuma imagem é mais forte que as imagens reais (isso daria um trocadilho, mas não é) que mostram a paixão desse estranhíssimo povo inglês por uma mulher que, mesmo sem ter feito grandes coisas realmente úteis na vida conseguiu realizar algumas grandes proezas: entrar para a história por ter conseguido fazer uma monarquia cintura dura ter de rebolar, ser linda, carismática, amada pelo mundo inteiro e mesmo assim ser trocada por uma mulher feia igual à mãe da miséria por um príncipe obcecado por tampax, e ainda morrer em Paris (invejo quem morre em Paris) ao lado de um playboy careca, gordo e, convenhamos, rico mas brega de doer.
A cena do cervo é um tanto piegas e, convenhamos de novo, associar aquele veadinho com o que lady Di simbolizava foi um pouco forçar a barra. Enfim, Charles é um banana, Philipp é um idiota, a rainha-mãe é pândega e, se as coisas tivessem acontecido mais ou menos como aparece em A Rainha, não seria de todo inverossímil. O Oscar para Helen Mirren pode até ter sido merecido. Mas quem chama mesmo, de verdade, a atenção, é a finada. Fodona era a Princesa. Apesar de tudo. Ou do nada.

Ficha Técnica
Título Original: The Queen
Gênero: Drama
Tempo de Duração: 97 minutos
Ano de Lançamento (Inglaterra / França / Itália): 2006
Site Oficial: www.thequeen-movie.com
Estúdio: Canal+ / France 3 Cinéma / BIM Distribuzione / Granada Film Productions / Pathé Pictures International / Scott Rudin Productions
Distribuição: Miramax Films / Europa Filmes
Direção: Stephen Frears
Roteiro: Peter Morgan
Produção: Andy Harries, Christine Langan e Tracey Seaward
Música: Alexandre Desplat
Fotografia: Affonso Beato
Desenho de Produção: Alan MacDonald
Figurino: Consolata Boyle
Edição: Lucia Zucchetti

Elenco
Helen Mirren (Rainha Elizabeth II)
Michael Sheen (Tony Blair)
James Cromwell (Príncipe Philip)
Sylvia Syms (Rainha-mãe)
Paul Barrett (Trevor Rees-Jones)
Helen McCrory (Cherie Blair)
Forbes KB

20.3.07

Aviso
Amanhã, 21, tem post.
A Rainha ou Apocalypto.
Aceito sugestões.